Há um ano, Miguel Ramos embarcou sozinho rumo ao estado norte-americano da Virgínia para estudar e jogar futebol na conceituada
Richard Bland College. Recrutado pelo treinador da Soccer Team da RBC, que lhe ofereceu uma bolsa desportiva para trocar
Portugal pelos EUA, Miguel lançou-se rumo à aventura. E venceu: este atleta/estudante da Next Level conquistou o lugar no
quadro de honra da universidade e ajudou a sua equipa a vencer o campeonato. De férias em Portugal, conta-nos como foi este ano.
1 - Ao fim de um ano que balanço fazes desta aventura nos Estados Unidos?
Foi uma aventura muito boa que me ajudou bastante a crescer como pessoa, e também como jogador. Consegui ter muito bons
resultados não só no campeonato, onde fomos campeões da conferência, mas também na sala de aula já que consegui ter muito
boas notas e até entrei no quadro de honra nos dois semestres em que estive na Richard Bland College, do estado da Virgínia.
2 - Como é ser um estudante-atleta nos EUA?
É algo bastante gratificante já que temos a oportunidade de conhecer muitos sítios novos e assim melhorar a nossa experiência
internacional. Temos que ser organizados para conseguirmos ter bons resultados em todas as áreas. Mas, ao fim do dia, vale
tudo a pena porque fazemos grandes amizades e conhecemos muitas culturas diferentes.
3- Como foi a adaptação?
As primeiras semanas são as mais difíceis já que é um choque grande e ficamos com muitas saudades, mas passado algum tempo
enquanto vamos conhecendo pessoas novas e vamos conhecendo outros jogadores que estão a passar a mesma situação que nós,
conseguimos ajudar-nos uns aos outros e fazemos com que essas saudades não sejam tão grandes. De resto, foi bastante fácil
adaptar-me a tudo, apenas temos que ter uma mente aberta para aceitar pessoas com maneiras de pensar diferentes da nossa.
4 Como geriste as saudades de casa e do teu país?
Penso que geri bastante bem. Como conheci bastante gente nova e criei novas amizades consegui aguentar mais as saudades.
Como temos os dias bastante ocupados não temos muito tempo para pensar nas saudades.
5 O que achaste do ensino norte-americano?
É um ensino com um método bastante objetivo, e que permite aos mais organizados e trabalhadores terem bons resultados.
Basta ir realizando as tarefas ao longo do semestre, que é razoavelmente acessível, e ter boas notas. Outro fator motivador
é receber prémios e bolsas pelo bom desempenho académico, o que nos faz querer ter melhores resultados.
6 Como são vistos os atletas de futebol nos EUA?
Cada vez mais o futebol tem vindo a desenvolver-se nos Estados Unidos e começa a ser um desporto que tem bastantes fãs e que
desperta muito interesse nas pessoas. Nós, como atletas de futebol, somos reconhecidos por muita gente na universidade, que
nos dão os parabéns pelos bons resultados e que nos motivam quando as coisas não correm tão bem.
7 O que esperas do próximo ano?
Espero que seja um ano tão bom ou melhor que este, tanto a nível académico como desportivo. Espero continuar a não ter
lesões e poder ser o melhor estudante-atleta possível.
8 Quais são os teus objectivos de futuro?
Espero acabar o meu curso e depois ver quais são as opções para uma carreira profissional. Se não houver nada irei tentar
começar a trabalhar na minha área de estudo e tentarei obter um grau académico o mais elevado possível.
9 Quais foram as maiores dificuldades que sentiste?
Penso que não tive nenhuma dificuldade de maior. A única coisa mais complicada foram as primeiras semanas em que estava com
mais dificuldades por causa das saudades, mas depois tudo passou e tive um ano muito bom, com muitas aventuras.
10 O que destacas de melhor neste ano que passou?
O melhor deste ano foi certamente ter ganho a conferência com a minha universidade e ter tido a oportunidade de viajar
bastante e conhecer novos sítios. Também destaco as minhas notas que me deram um lugar na President's List nos dois semestres
e também no Quadro de Honra dos Atletas.